Com a agenda econômica carregada nesta última semana de maio, os mercados financeiros se preparam para reagir a uma série de indicadores-chave tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. No cenário doméstico, o destaque é o IPCA-15 de maio. Além disso, os dados do mercado de trabalho brasileiro, com a estimativa de geração de 184 mil novos empregos formais, e a taxa de desemprego em 6,80%, serão fundamentais para avaliar a saúde econômica do país.
Os mercados dos EUA ficarão fechados na segunda-feira, 26 de maio, em razão da celebração do Memorial Day. Na agenda, a atenção se volta para o Deflator do Índice de Preços de Consumo Pessoal (PCE), previsto para sexta-feira, um dos principais indicadores de inflação monitorados pelo Federal Reserve. A análise dos gastos e rendimentos pessoais também fornecerá insights sobre o comportamento do consumidor americano e suas implicações para a economia.
Diante desse contexto, os investidores acompanham atentamente os movimentos dos principais ativos financeiros. O Ibovespa, após atingir recordes históricos, enfrenta uma correção técnica, enquanto o dólar futuro mantém tendência de baixa. Nos mercados internacionais, a Nasdaq e o S&P 500 buscam retomar o fôlego após correções recentes, e o Bitcoin continua sua trajetória de alta, renovando topos históricos. A seguir, apresentamos uma análise técnica detalhada desses ativos, considerando os principais pontos gráficos e percentuais relevantes.
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Análise técnica do Ibovespa
O Ibovespa segue com viés altista no curto e médio prazo, mesmo após registrar uma semana de correção. Desde o fundo nos 118.222 pontos no início de 2025, o índice vem renovando topos e, na última semana, alcançou o novo recorde histórico nos 140.243 pontos. A pausa no movimento de alta veio após seis semanas consecutivas de ganhos, o que configurou uma correção técnica natural.
O fechamento da última sessão, com alta e forte sombra inferior no candle, sinaliza entrada compradora na região das médias móveis, reforçando a importância dessa faixa como suporte dinâmico. Para os próximos dias, o mercado deve monitorar os extremos deixados na semana passada: a perda da mínima em 134.997 pontos pode intensificar o movimento corretivo, enquanto o rompimento do topo em 140.243 pontos abre caminho para alvos em 141.785/142.585 e, em seguida, 144.375/145.175 pontos.
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Do lado da defesa, os suportes mais imediatos estão em 136.570/134.997 pontos, com zonas mais amplas em 132.870/129.295 e, no cenário mais pessimista, 122.530 pontos. Apesar da correção, o cenário técnico ainda favorece a continuidade da tendência de alta.
Análise técnica do Dólar
O dólar futuro mantém tendência de baixa desde o fim de 2024, quando encontrou resistência em 6.517 pontos. Desde então, vem renovando mínimas e, em maio, chegou aos 5.604,5 pontos, nova mínima de 2025. No acumulado do mês, recua 0,89%, e no ano já cedeu 11,01%.
Após uma recuperação até os 6.161 pontos, o ativo voltou a cair, e o momento atual exige atenção: caso perca os 5.650 pontos, pode acionar nova perna de baixa com alvos em 5.604,5/5.527 e, mais adiante, 5.336/5.297 pontos.
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Para inverter esse cenário, o dólar precisa superar as médias de 9 e 21 períodos (5.690/5.698 pontos) e, depois, avançar até 5.795,5/5.852, com possível extensão até a média de 200 períodos em 5.920 pontos.

Confira a análise dos minicontratos:
Análise técnica da Nasdaq
Após encontrar força compradora nos 16.542 pontos (mínima de 2025), a Nasdaq vem em forte recuperação e já opera novamente acima dos 20.000 pontos. No mês de maio acumula alta de 6,87%, embora ainda tenha queda de 0,46% no ano.
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Na última semana, o índice iniciou um movimento corretivo após forte valorização. Para retomar a trajetória de alta, será necessário romper a máxima recente em 21.025 pontos, o que abre espaço para teste das resistências em 21.482 e 22.222 pontos (topo histórico).
No entanto, se perder a região de 20.775/20.290, pode buscar suporte em 19.150/17.590, com possível pressão até 17.000 pontos.

Análise técnica do S&P 500
O S&P 500 também sinaliza recuperação após atingir os 4.835 pontos, mínima de 2025. Em maio, sobe 4,20%, apesar da queda acumulada de 1,34% no ano. Assim como outros índices, passou por correção na última semana, ainda dentro de um contexto altista.
Para retomar o movimento comprador, será necessário superar a máxima da última sessão em 5.830 pontos, com resistências em 5.969/6.009 e alvo mais ambicioso na máxima histórica em 6.147 pontos.
Por outro lado, se perder o suporte em 5.767/5.720, o índice pode buscar 5.500/5.350, com projeção mais negativa para 5.100 pontos.

Confira nossas análises:
Análise do Bitcoin
O Bitcoin segue firme na tendência de alta iniciada após tocar os US$ 74.393 no início de 2025. Na última semana, renovou seu topo histórico ao alcançar os US$ 111.917, e a superação dessa faixa pode abrir caminho para resistências em US$ 112.540/115.180 e, posteriormente, US$ 116.635/120.000.
Caso inicie movimento de baixa, os primeiros suportes estão entre US$ 106.725/102.220, com projeções para US$ 98.000/92.950 e alvo mais longo em US$ 88.720. Por ora, o cenário segue favorável ao fluxo comprador, desde que mantenha a força acima das médias móveis e dos suportes relevantes.

IFR (14) – Ibovespa
O IFR (Índice de Força Relativa), é um dos indicadores mais populares da análise técnica. Medido de 0 a 100, costuma-se usar o período de 14. Leitura abaixo ou próxima de 30 indica sobrevenda e possíveis oportunidades de compra, enquanto acima ou próxima de 70 sugere sobrecompra e chance de correção. Além disso, o IFR permite a aplicação de técnicas como suportes, resistências, divergências e figuras gráficas. A partir disso, segue as cinco ações mais sobrecomprados e sobrevendidos do Ibovespa:

(Rodrigo Paz é analista técnico)
Guias de análise técnica:
Confira mais conteúdos sobre análise técnica no IM Trader. Diariamente, o InfoMoney publica o que esperar dos minicontratos de dólar e índice.