O setor de varejo segue enfrentando forte volatilidade na Bolsa brasileira, com os investidores ainda atentos à combinação de juros altos, endividamento das famílias e sinais mistos da economia. Em 2025, alguns papéis ensaiaram movimentos expressivos de recuperação — como foi o caso de Casas Bahia (BHIA3) — enquanto outros, como Magazine Luiza (MGLU3), tentam consolidar um processo mais técnico de reestruturação. Neste momento, o comportamento técnico dessas ações oferece pistas importantes sobre possíveis desdobramentos no curto e médio prazo. Abaixo, compartilho minha leitura gráfica para ambos os papéis.
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Depois de um rali impressionante em março, quando disparou +239,25% no mês e atingiu a máxima do ano em R$ 11,21, o papel da Casas Bahia (BHIA3) voltou a ser pressionado pela realização e pelo fraco fluxo comprador. Em maio, já acumula queda de -23,90%, sendo negociado a R$ 4,14. Se encerrar o mês em baixa, será o segundo consecutivo. Ainda assim, no acumulado de 2025, a ação apresenta valorização de +43,25%.
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O papel da Magazine Luiza (MGLU3) também chegou a registrar forte movimento de alta em 2025, atingindo máxima anual em R$ 11,50. Desde então, entrou em uma leve correção, mas segue negociando acima das médias móveis, o que reforça um viés positivo no curto e médio prazo. Em maio, o ativo sobe +0,21%, sendo cotado atualmente a R$ 9,34. No acumulado do ano, a valorização já chega a +48,02%.
Nesta batalha gráfica entre duas das principais varejistas da Bolsa, Casas Bahia e Magazine Luiza apresentam trajetórias técnicas opostas, mas ambas operam em regiões importantes para os próximos movimentos. Enquanto BHIA3 tenta encontrar fôlego após uma derrocada que a levou a devolver boa parte da valorização acumulada no início do ano, MGLU3 busca consolidar uma recuperação sustentada, ainda que enfrente resistências importantes. A seguir, destrinchamos os principais suportes e resistências de cada papel, além dos sinais de força ou fraqueza revelados pelos indicadores técnicos no curto e médio prazo.
Análise da Casas Bahia (BHIA3)
No gráfico semanal, o movimento atual é claramente de correção após a euforia de março. Desde que atingiu a região dos R$ 11,21, BHIA3 passou a formar topos e fundos descendentes, com perda de força compradora e rompimento das médias móveis, hoje posicionadas acima da cotação atual. A tendência de baixa se acentuou nas últimas semanas, com possibilidade de encerrar esta semana como a quinta consecutiva de queda.
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Para que a queda se intensifique, é preciso observar o rompimento da mínima semanal, localizada em R$ 4,08. Caso esse nível seja perdido, abrem-se suportes técnicos em R$ 3,83, R$ 3,12, R$ 2,69 e na mínima histórica em R$ 2,60.
Por outro lado, uma possível reversão exigiria força suficiente para retomar as médias de 9 e 21 períodos, situadas em R$ 4,82/ R$ 5,02. Acima desses níveis, os alvos passam a ser R$ 6,00, R$ 7,44, R$ 10,32 e, novamente, a máxima do ano em R$ 11,21.
Análise de curto prazo
No gráfico diário, o papel segue pressionado em tendência de baixa bem definida, operando abaixo das médias de 9, 21 e 200 períodos. O Índice de Força Relativa (IFR 14) encontra-se em 29,14, o que caracteriza zona de sobrevenda, sugerindo possibilidade de repique no curto prazo. No entanto, até o momento, o papel não deixou sinais claros de reversão técnica.
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Para confirmar continuidade da queda, é necessário perder o suporte entre R$ 4,08/ R$ 3,83, abrindo espaço para R$ 3,44, R$ 2,90, R$ 2,69 e R$ 2,60. Já para iniciar um movimento de recuperação, BHIA3 precisaria romper as resistências em R$ 4,41/ R$ 4,71, mirando depois R$ 4,84, R$ 5,65, R$ 6,40 e R$ 7,78.

Confira nossas análises:
Análise da Magazine Luiza (MGLU3)
O gráfico semanal de MGLU3 mostra um processo de recuperação desde a mínima recente em R$ 5,54. A ação segue acima das médias móveis, o que sugere manutenção do fluxo comprador — mesmo com a correção das últimas semanas. No entanto, para retomar força e buscar novos alvos, o ativo precisa romper a resistência imediata entre R$ 10,50/ R$ 11,50.
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Caso consiga superar essa faixa, os próximos objetivos estão em R$ 13,73, R$ 15,92, R$ 18,33 e R$ 22,67. Por outro lado, a perda da região de suporte entre R$ 8,42/ R$ 7,91 pode recolocar o papel sob pressão, com alvos em R$ 6,57, R$ 5,84, R$ 5,54 e a mínima histórica em R$ 4,94.

Análise de curto prazo
No gráfico diário, MGLU3 realiza movimento corretivo após ter atingido a máxima do ano. A correção, no entanto, ocorre de maneira lateralizada, e o papel permanece acima das médias de 9, 21 e 200 períodos, o que mostra que a tendência de alta ainda não foi descaracterizada. O IFR (14) está em 49,74, indicando uma condição de neutralidade.
Para retomar força compradora e buscar regiões mais altas, o ativo precisa romper R$ 9,90/ R$ 10,57, mirando depois os níveis de resistência em R$ 11,50, R$ 12,35, R$ 13,73 e R$ 14,85.
Por outro lado, a perda dos suportes em R$ 9,09/ R$ 8,38 pode acionar um novo movimento de queda, mirando R$ 7,91, R$ 7,33, R$ 6,57 e R$ 6,12.

Suporte e resistência
BHIA3 (Casas Bahia)
Com base no fechamento do dia 27/05, aos R$ 4,14, as ações da Casas Bahia contam com:
Suportes de curto prazo em R$ 4,08 (1), R$ 3,83 (2) e R$ 3,44 (3); e resistências em R$ 4,41 (1), R$ 4,71 (2) e R$ 4,84 (3).
Suportes de médio prazo em R$ 3,83 (1), R$ 3,12 (2) e R$ 2,60 (3); e resistências em R$ 5,02 (1), R$ 7,44 (2) e R$ 11,21 (3).
MGLU3 (Magazine Luiza)
Com base no fechamento do dia 27/05, aos R$ 9,34, as ações da Magazine Luiza contam com:
Suportes de curto prazo em R$ 9,09 (1), R$ 8,38 (2) e R$ 7,91 (3); e resistências em R$ 9,90 (1), R$ 10,57 (2) e R$ 11,50 (3).
Suportes de médio prazo em R$ 8,42 (1), R$ 6,57 (2) e R$ 5,54 (3); e resistências em R$ 11,50 (1), R$ 13,73 (2) e R$ 15,92 (3).
(Rodrigo Paz é analista técnico)
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