A agenda econômica desta segunda-feira (26) tem como destaque, no Brasil, a divulgação de dados que ajudam a compor o panorama de curto prazo para analistas e investidores. Às 8h, a Fundação Getulio Vargas publica a Sondagem do Consumidor de maio, que traz informações sobre a percepção das famílias em relação à economia e à intenção de consumo.
Às 8h25, o Banco Central divulga o Boletim Focus, com as projeções atualizadas do mercado para inflação, PIB, dólar e taxa Selic. Na sequência, às 8h30, saem os números das transações correntes de abril, indicador importante para avaliar a posição externa do país. Às 15h, será apresentada a balança comercial semanal.
Nos Estados Unidos, não há divulgações previstas, uma vez que os mercados à vista permanecem fechados devido ao feriado nacional do Memorial Day — o que deve reduzir a liquidez dos mercados na sessão.
Agenda
A agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (26) começa às 9h, com reunião com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Às 14h40, Lula recebe o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza. Em seguida, às 15h, ele se reúne com a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Às 16h, volta a se encontrar com Haddad, desta vez acompanhado do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Encerrando a agenda, às 17h30, o presidente tem reunião com a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede palestra no Evento Brasil 247 a partir das 8h45.
Às 10h20 (horário de Brasília), a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, participa de uma reunião do conselho executivo do Riksbank, o banco central da Suécia.
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Brasil
8h – Sondagem do Consumidor (maio)
8h25 – Focus
8h30 – Transações Correntes (abril)
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15h – Balança Comercial (semanal)
INTERNACIONAL
Adiamento de tarifas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo, 25, que vai estender o prazo para imposição de uma tarifa de 50% contra a União Europeia (UE) até 9 de julho, após ter falado por telefone com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Na sexta-feira, 23, ele havia ameaçado adotar a taxa em 1º de junho.
Barrado
Uma juíza federal em Boston suspendeu temporariamente a decisão do governo Trump que proibia Harvard de matricular estudantes internacionais. A medida veio após a universidade entrar com um processo contra a ordem, alegando violação da Constituição dos EUA. O governo justificou a proibição dizendo que Harvard promovia um ambiente “inseguro” e hostil a judeus. A juíza considerou que a universidade sofreria danos irreparáveis sem a suspensão. A decisão impactaria mais de 7 mil estudantes estrangeiros. Harvard alega que a medida é retaliação política. O DHS defende que o visto estudantil é um privilégio, não um direito.
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ECONOMIA
Gripe aviária
O Ministério da Agricultura confirmou na sexta-feira (23) que Albânia, Namíbia e Índia suspenderam a importação de carne de aves do Brasil após foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul. Ao todo, 24 países impuseram embargo total ao produto brasileiro, enquanto outros 17 adotaram restrições apenas ao estado gaúcho. O governo afirma que está em diálogo com os parceiros comerciais para retomar as exportações.
Indenização
A Câmara dos Deputados deve avançar neste semana com dois projetos de lei de proteção ao agronegócio em casas de calamidade ou prevenção de crises, como a gripe aviária. Um deles cria o Fundo Nacional para Prevenção, Proteção e Defesa Agropecuária Contra Calamidades (Fundeagro), com recursos que poderão ser utilizados por agricultores em medidas de defesa contra riscos de perdas ou para reembolso de perdas. A outra proposta permite ampliar o trabalho de técnicos que fiscalizam áreas possivelmente contaminadas.
Nova rota
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o recuo sobre o aumento do IOF para fundos brasileiros no exterior visou evitar especulações e não inibir investimentos. Ele destacou que houve colaboração do mercado para corrigir a rota rapidamente, diante da repercussão negativa. Haddad ressaltou que as medidas anunciadas somam cerca de R$ 50 bilhões para fechar o ano, mas o recuo pode impactar em R$ 2 bilhões o congelamento de recursos. Segundo fontes, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, foi consultado antes da decisão e teve papel decisivo no recuo do governo.
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Contra
Galípolo, por sinal, criticou na sexta-feira (23) o uso do aumento da alíquota do IOF como ferramenta de arrecadação. A declaração veio após o governo anunciar mudanças no imposto para elevar a receita em mais de R$ 60 bilhões até 2026. Galípolo afirmou que sempre teve “antipatia” pela medida e teme que ela seja interpretada como controle cambial. O Tesouro nega essa intenção e diz que o objetivo é apenas fiscal.
Rapidez
Galípolo, por outro lado, elogiou a rapidez com que Haddad recuou do aumento do IOF sobre câmbio. A medida foi parcialmente revertida após forte reação do mercado. A alíquota de 1,1% para remessas de investimentos no exterior foi mantida, e a de fundos no exterior seguirá isenta. Galípolo destacou a importância da escuta da sociedade. Apesar do recuo, outras mudanças no IOF permanecem. A expectativa de arrecadação com o novo pacote é de R$ 18 bilhões em 2025.
Depende do Congresso
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, em entrevista ao Globo, que a manutenção do arcabouço fiscal depende hoje muito mais do Congresso em razão do poder acumulado pelo Legislativo nos últimos anos.
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Reembolso
A partir desta segunda-feira (26), aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que tiveram desconto de mensalidade associativa na folha de pagamentos de abril, vão receber de volta os valores cobrados indevidamente. Ao todo serão estornados de R$ 292 milhões.
POLÍTICA
IOF
Deputados e senadores de oposição iniciaram uma nova ofensiva contra o governo no Congresso, desta vez para cancelar os efeitos do decreto que determinou aumento na cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no país. Segundo O Globo, parlamentares protocolaram dois projetos — um na Câmara e outro no Senado — para barrar a medida anunciada pelo Ministério da Fazenda na última quinta-feira, que elevou a taxa e provocou forte reação do mercado e do Congresso.
Ranking
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu uma posição no ranking de popularidade dos chefes de Estado da América do Sul, segundo pesquisa da CB Consultoria Opinión Pública. Lula tem 47,4% de imagem positiva e 48,8% negativa, queda em relação a abril. O recuo coincide com o escândalo de fraudes no INSS, embora iniciado em gestões anteriores. Ele está agora em quarto lugar, atrás de Daniel Noboa (Equador), Javier Milei (Argentina) e Yamandú Orsi (Uruguai). A pesquisa ouviu 12.512 pessoas em dez países, entre 19 e 22 de maio.
CPI
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) protocolou no STF um mandado de segurança para obrigar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a instaurar uma CPI para investigar fraudes no INSS. Segundo Nikolas, a demora compromete a eficácia parlamentar e afeta milhões de aposentados e pensionistas. O pedido, apoiado por 185 deputados, aguarda decisão de Motta, que até agora não autorizou a comissão. O deputado acusa o presidente da Câmara e o STF de omissão.
Pedido de dispensa
O senador Hamilton Mourão prestou depoimento ao STF como testemunha de defesa do general Augusto Heleno na investigação sobre suposta tentativa de golpe pós-eleições de 2022. Ele negou ter participado de reunião sobre golpe, chamou a minuta golpista de “fake” e criticou o plano como “sem pé nem cabeça”. Mourão atribuiu a depredação dos Três Poderes à inação do governo atual, defendeu manifestações pacíficas e rejeitou golpe militar. Até o momento, não há provas públicas que o liguem diretamente ao esquema investigado.
Depoimentos
O Supremo Tribunal Federal (STF) continua nesta segunda-feira, os depoimentos da ação penal da trama golpista. O ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete são réus nesse processo.
Nesta segunda, o ex-ministro da Saúde de Bolsonaro Marcelo Queiroga será ouvido como testemunha de Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Bolsonaro. Ele também foi indicado pela defesa de Walter Braga Netto, que foi candidato à vice-presidente de Bolsonaro na chapa de 2022 e está preso preventivamente.
Centrão
A pouco mais de um ano para o início do período eleitoral, setores influentes do Centrão — grupo de partidos que integra a base do governo no Congresso — vêm sinalizando um afastamento do Palácio do Planalto. Segundo o jornal O Globo, esse movimento indica que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá enfrentar dificuldades para ampliar sua base de alianças além do que foi conquistado nas últimas eleições.
Sem gafe
A primeira-dama Janja negou ter cometido gafe ao dizer que o TikTok favorece conteúdos de direita em jantar com Xi Jinping, afirmando ter avaliado bem suas palavras. Ela criticou a pressão da opinião pública, especialmente de outras mulheres, e ironizou Michelle Bolsonaro. Janja se arrepende do momento em que xingou Elon Musk, mas não do teor da fala. Também afirmou não passar pano para comentários machistas de Lula, seu marido, e disse que não pretende seguir carreira política. Sobre 2026, declarou que Lula decidirá se concorre à reeleição, e que estará ao lado dele se ele estiver “forte e bem”.
(Com Reuters, Estadão e Agência Brasil)