A Vero, uma das maiores provedoras de banda larga do Brasil, encerrou o primeiro trimestre de 2025 com lucro líquido recorde de R$ 42,1 milhões. O resultado veio com o aumento de 6,9% da receita líquida na comparação com o mesmo período de 2024, para R$ 432,4 milhões e avanço de 0,1% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) Ajustado, para R$ 222,9 milhões. O balanço foi divulgado na noite desta terça-feira (13).
“Foram números satisfatórios, reflexo da estratégia para o novo momento que estamos vivendo desde dezembro de 2023”, comenta Fabiano Ferreira, CEO da Vero, em entrevista ao InfoMoney.
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O “novo momento” da telecom é reflexo da fusão com a Americanet, movimento que gerou a quinta maior telecom do Brasil em número de assinantes de banda larga fixa. A base de clientes da empresa ainda teve adição de 8,7 mil assinantes de banda larga. Na telefonia móvel, outro flanco importante da empresa, foram 4,6 mil adições. No encerramento do primeiro trimestre de 2025, a Vero tinha 1,4 milhão de clientes, entre pessoas físicas e empresas, grupo que também contrata serviços de cibersegurança e computação em nuvem.
Segundo o CEO da companhia, o processo de integração da Americanet já está “praticamente concluído”, restando apenas unificação de sistemas como os de atendimento ao cliente. Em geração de caixa, a combinação das operações superou em 38% as expectativas.

Agora, a Vero foca em explorar as oportunidades de crescimento para participar do que Ferreira acredita ser um momento de consolidação de forças em um setor competitivo, que tem gigantes como Vivo (VIVT3), Tim (TIMS3) e Claro. O executivo argumenta que “o setor não será sustentável baseado apenas em conectividade, é preciso evoluir na jornada de serviço”.
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Estratégias de crescimento
No 1T25, a companhia teve receita média por usuário recorde, de R$ 112,8. Para fazer essa cifra crescer, a ideia é oferecer mais serviços além da conexão à internet, telefonia móvel e TV por assinatura. Além da inclusão de streamings como Globoplay, Disney+ e YouTube Premium para os clientes terem todos os serviços em um lugar só, a Vero lançou um clube de descontos e cashback que transforma parte da fatura em crédito em uma plataforma parceira. O objetivo é crescer a proporção de 23% de clientes que assinam os serviços digitais
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“Queremos crescer através do valor, não por preço, como ainda acontece no mercado”, diz Ferreira. Ele afirma que a Vero tem “um dos melhores ROEs (retorno sobre o patrimônio) do mercado, que beira os 17%, e acreditamos que dá para continuar melhorando”.
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Ainda nos planos de crescimento orgânico, há investimentos para aumentar a área de atendimento. Hoje, a companhia está presente em 426 municípios de nove estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Em outubro, captou R$ 900 milhões em debêntures para investir em sua infraestrutura, mas pode chegar em grandes centros também por rede neutra.
Em 2021, a Vero foi a primeira empresa a fechar um contrato com a Oi para usar a rede neutra da operadora, e hoje o modelo ainda pode ser usado no plano de expansão. “Fazemos uma análise para entender se vale a pena lançar rede própria e isto pode não fazer sentido principalmente em cidades maiores, que já têm redes disponíveis”, explica o CEO da Vero.
Também há a possibilidade de crescer com fusões e aquisições, seguindo o robusto histórico de transações que geraram a companhia atual. A estrutura já incorporou várias operadoras regionais, como Giganet, Renovare e G4 Telecom. “Estamos sempre atentos ao que está disponível no mercado e participando de conversas para aproveitar oportunidades”, garante Fabiano Ferreira. Ele destaca que o histórico de aquisições faz a companhia cada vez mais eficiente nas incorporações.
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Para o CEO da Vero, o setor de telecomunicações, hoje muito pulverizado com operadoras regionais, passará por um processo de consolidação via aquisições. “O mercado americano está passando por isto e o Brasil está em um estágio anterior; não é só a Vero que vai participar desse processo, mas um conjunto de players. Vão sobreviver as empresas que têm produtos e serviços que se diferenciam”, projeta o executivo.
Planos para o IPO
A Vero já ensaiou uma abertura de capital, em 2021, mas desistiu do plano por conta da volatilidade do mercado. A telecom fará seu IPO no Brasil, garante o CEO. O momento, porém, ainda é desconhecido.
“Acreditamos na volta dos IPOs, tem uma fila importante em vários setores, com boas empresas. A nossa expectativa é de que isto (IPO da Vero) vai acontecer em algum momento no longo prazo, mas não é algo determinante para a história de sucesso da companhia, será ótimo, mas não é nossa única oportunidade de sucesso”, conclui Ferreira.