As taxas dos DIs fecharam a quarta-feira em alta, em especial entre os contratos a partir de janeiro de 2027, refletindo fatores como dados robustos do setor de serviços brasileiro, expectativa de juros elevados no Brasil por mais tempo e avanço dos rendimentos dos Treasuries no exterior.
No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 — um dos mais líquidos no curto prazo — estava em 14,805%, ante o ajuste de 14,79% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,67%, em alta de 14 pontos-base ante o ajuste de 13,526%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,81%, ante 13,703% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,86%, em alta de 9 pontos-base ante 13,773%.
Desde a véspera a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central trouxe a percepção, para uma parcela do mercado, de que a instituição manterá a taxa Selic em níveis mais elevados por mais tempo. Na prática, a leitura é de que, após encerrar o atual ciclo de altas, o Copom vai demorar um pouco mais de tempo que o previsto para iniciar um ciclo de cortes.
“Desde a ata existe a percepção de que os juros vão precisar permanecer elevados por mais tempo, e o mercado está tentando calibrar quando o BC vai começar a cortar”, comentou o head de renda fixa da Manchester Investimentos, Rafael Sueishi.
“As apostas de cortes ainda em 2025 praticamente sumiram, e o mercado está concentrando as apostas no fim do primeiro semestre de 2026”, acrescentou.
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Essa calibragem de apostas deu suporte à curva de juros nesta quarta-feira, assim como os números do setor de serviços divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O volume de serviços registrou alta de 0,3% em março no Brasil, um resultado um pouco abaixo da expectativa de pesquisa da Reuters, de avanço de 0,4%.
Já o crescimento de fevereiro foi revisado de 0,8% para 0,9%, numa indicação de que o setor de serviços segue aquecido, pressionando a inflação. Foi o segundo mês consecutivo de elevação dos serviços, após retração de 0,5% em janeiro.
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O avanço dos rendimentos dos Treasuries no exterior, consolidado durante a tarde, era um terceiro fator de sustentação para as taxas dos DIs no Brasil. Às 15h17, na máxima do dia, o vértice para janeiro de 2028 marcou 13,71%, em alta de 15 pontos-base ante o ajuste da véspera.
Enquanto investidores calibravam apostas para o início do ciclo de cortes da Selic, a ponta curta da curva seguia mostrando divisão na precificação para o próximo encontro do Copom, em junho.
Perto do fechamento desta quarta-feira a curva precificava 49% de probabilidade de manutenção da Selic em junho, contra 51% de chance de elevação de 25 pontos-base. Na véspera os percentuais eram de 62% e 38%, respectivamente.
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No mercado de opções de Copom da B3, a precificação na terça-feira — atualização mais recente — era de 62,25% de probabilidade de manutenção da Selic, 30,25% de chances de alta de 25 pontos-base e 5,50% de possibilidade de elevação de 50 pontos-base.
No início da tarde, em evento em Nova York, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que o governo brasileiro “vai seguir fazendo a gestão fiscal regular este ano, bloqueando e contingenciando, porque a gente tem que cumprir o arcabouço fiscal”.
Na próxima semana a equipe econômica apresentará o relatório de avaliação das contas públicas, quando deve indicar eventual necessidade de congelamento de recursos dos ministérios para cumprimento das regras fiscais.
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No exterior, às 16h38, o rendimento do Treasury de dois anos — que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo — tinha alta de 4 pontos-base, a 4,057%. O retorno do título de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 4 pontos-base, a 4,536%.
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