PIB dos EUA, taxa de desemprego, IGP-M, resultado do Governo Central e mais destaques

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No Brasil, às 8h desta quinta-feira (29), saem os dados do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e o índice de confiança do setor de serviços, ambos relativos a maio. Às 8h30, serão divulgadas a taxa de juros e o spread bancário de abril, seguidos pela taxa de desemprego do mesmo mês, às 9h.

Nos Estados Unidos, às 9h30, serão publicados o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre e o relatório semanal de auxílio-desemprego. Às 11h, serão divulgados os dados sobre moradias pendentes de abril, e às 13h, o balanço semanal dos estoques de petróleo. Na noite de quarta-feira, o Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos suspendeu as tarifas ‘recíprocas’ impostas pelo presidente Donald Trump. A Corte decidiu que Trump excedeu sua autoridade ao impor tarifas globais sobre produtos importados, em um revés importante para uma das principais frentes de sua política econômica.

Agenda

Na agenda do presidente Lula, às 10h10 está prevista uma visita à plantação orgânica da Fazenda Brasileira, em Ortigueira (PR). Às 11h00, Lula participa da cerimônia de entregas do Programa Terra da Gente no estado do Paraná, também na Fazenda Brasileira, em Ortigueira (PR). Às 16h00, está programada a cerimônia de retomada das operações do Porto de Itajaí.

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O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, comentará os resultados do Tesou Nacional às 15h, em coletiva presencial a ser concedida no auditório do edifício sede do Ministério da Fazenda, Bloco P da Esplanada.

Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, participa como palestrante na mesa de abertura do 4º Congresso de Regulação e Concorrência no Mercado Financeiro, em Brasília, a partir das 9h. Gilneu Vivan, diretor de Regulação, palestra sobre “O papel do Open Finance e do Pix para a Ampliação do Crédito no Brasil” no mesmo congresso, das 10h00 às 11h00. Já Ailton De Aquino Santos, diretor de Fiscalização, participa como palestrante no congresso, das 12h00 às 12h30. Todos os eventos são abertos à imprensa.

Brasil

8h – IGP-M (maio)

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8h – Confiança de serviços (maio)

8h30 – Juros/spread (abril)

9h – Taxa de desemprego (abril)

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EUA

9h30 – PIB (1º tri)

9h30 – Auxílio-desemprego (semanal)

11h – Moradias pendentes (abril)

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13h – Estoques de petróleo (semanal)

INTERNACIONAL

Bloqueio de tarifas

A Corte de Comércio Internacional dos Estados Unidos decidiu que o presidente Donald Trump excedeu sua autoridade ao impor tarifas globais sobre produtos importados, em um revés importante para uma das principais frentes de sua política econômica.

Apelação

A administração do presidente Donald Trump entrou com um recurso, nessa quarta-feira, contra a decisão de um tribunal federal dos Estados Unidos que bloqueia a entrada em vigor da maioria das tarifas sobre importações. “É notificado que os réus recorrem ao Tribunal de Apelações dos Estados Unidos para o Circuito Federal contra a opinião e sentença final do Tribunal de 28 de maio de 2025”, diz o documento judicial.

Diretriz

Os EUA anunciaram uma nova diretriz que restringe a entrada de estrangeiros acusados de censurar cidadãos americanos. A medida, proposta por aliados de Donald Trump, mira indiretamente autoridades brasileiras, incluindo o ministro do STF Alexandre de Moraes. A expectativa entre bolsonaristas é de que a medida anteceda sanções via Lei Magnitsky, que podem congelar bens e proibir a entrada nos EUA. O secretário Marco Rubio criticou governos que tentam impor moderação de redes fora de sua jurisdição. A lista de afetados pode incluir nomes da PGR, PF e do STF. O governo Lula vê a ação como ameaça à soberania nacional.

Despreocupados

Ministros do STF minimizaram a medida dos EUA, considerando-a genérica e sem impacto direto. Um deles classificou o anúncio como “superficial” e afirmou que o Supremo “segue fazendo o seu trabalho”, segundo reportagem do jornal O Globo. Luís Roberto Barroso disse que “não aconteceu nada” que justificasse comentários. Nos bastidores, o episódio não é tratado como crise e há um clima de despreocupação e até de desinteresse sobre o assunto. A Corte avalia que a questão está no campo diplomático. O Itamaraty tem mantido os magistrados informados sobre os desdobramentos.

ECONOMIA

Dívida pública

A dívida pública federal subiu 1,44% em abril, atingindo R$ 7,617 trilhões, segundo o Tesouro Nacional. A dívida interna (DPMFi) somou R$ 7,310 trilhões, enquanto a externa (DPFe) caiu para R$ 306,1 bilhões. A alta foi impulsionada por R$ 70,3 bilhões em juros e R$ 41,4 bilhões em emissões líquidas. O custo médio anual da dívida caiu para 11,62%, mas o custo das novas emissões subiu para 13,05%. O prazo médio da dívida aumentou para 4,17 anos e a reserva de liquidez chegou a R$ 904 bilhões, suficiente para 8,57 meses de vencimentos.

Habitação

A Caixa Econômica negocia ampliar o uso do Fundo Social do Pré-Sal para habitação até 2030, após repasse de R$15 bilhões ao Minha Casa, Minha Vida este ano. A medida busca aliviar a pressão sobre o setor imobiliário, que enfrenta juros altos e saída líquida da poupança. O setor já contratou R$75 bilhões em 2024, e a Caixa avalia novas fontes de financiamento para manter o ritmo.

INSS

Em apenas 14 dias, 97,5% dos aposentados que consultaram o sistema do INSS contestaram descontos feitos por associações e sindicatos. Das 2,2 milhões de consultas, apenas 55 mil reconheceram os débitos. O INSS promete ressarcir todos os lesados até o fim do ano e poderá acionar judicialmente as entidades envolvidas. A CGU já havia identificado percentual semelhante em pesquisa nacional. O valor total dos reembolsos ainda não foi estimado. Ao todo, 41 entidades foram contestadas por descontos não autorizados.

POLÍTICA

IOF

Para compensar a perda de arrecadação após recuar em parte do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o governo federal vai resgatar R$ 1,4 bilhão do Fundo Garantidor de Operações (FGO) e do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC). O Tesouro enviará ofício ao Banco do Brasil e à Caixa solicitando os valores. A equipe econômica ainda avalia outras medidas para equilibrar o orçamento e deve publicar um novo decreto até sexta-feira. A alíquota do IOF foi mantida para diversas operações, mas parte das mudanças, como o aumento para remessas a fundos no exterior, foi revogada após críticas do mercado.

Encontro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu na quarta (28) com os presidentes do Senado e da Câmara para discutir mudanças no decreto que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em operações de câmbio e crédito. A medida, criticada por empresários e aliados do governo, motivou a apresentação de mais de 20 PDLs (projetos de decreto legislativo) para sustar o decreto. O aumento do IOF encarece o crédito, o que preocupa o setor privado.

Redes sociais

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o dia 4 de junho a retomada do julgamento sobre a responsabilização das redes sociais pelos conteúdos ilegais postados pelos usuários. O julgamento foi interrompido em dezembro do ano passado por um pedido de vista do ministro André Mendonça, que devolveu o processo para julgamento nesta semana.

Tranqueira

Durante visita a Salgueiro (PE), o presidente Lula fez um discurso em tom eleitoral após assinar a ordem de serviço para duplicar a capacidade de bombeamento de água do eixo norte da transposição do Rio São Francisco. Ele classificou os últimos seis anos como um “retrocesso” e afirmou que o país não pode mais “votar em qualquer tranqueira”. Criticou diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, dizendo que sua gestão se baseou em mentiras e fake news. Lula defendeu que seu governo se diferencia por entregar obras e melhorias à população.

Agenda criminosa

A Polícia Federal apreendeu uma agenda com menções aos ministros Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes, do STF, durante investigação de um grupo suspeito de espionagem e homicídios por encomenda. O material também cita o senador Rodrigo Pacheco. Segundo a PF, havia uma tabela com “valores” para espionar autoridades: ministros valiam R$ 250 mil. O grupo, que se autodenominava “Comando C4”, difundia discurso extremista. O caso segue sob sigilo.

Telefonema suspeito

A Polícia Federal avalia se tomará medidas após o ex-presidente Jair Bolsonaro dar um telefonema considerado suspeito ao senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) na véspera de seu depoimento ao STF. Segundo Mourão, a conversa foi “genérica”, abordando temas como a transição de governo e os atos de 8 de janeiro. O contato causou estranheza no Supremo e pode levar à convocação do senador para explicar o teor da ligação. Mourão depôs como testemunha no inquérito sobre tentativa de golpe e tem minimizado os indícios investigados.

Pedido negado

O ministro Flávio Dino, do STF, negou mandado de segurança do partido Novo que pedia autorização para gravações em áudio e vídeo das audiências da ação penal sobre suposta tentativa de golpe de Estado. Dino argumentou que o partido não tem legitimidade para defender direitos difusos e destacou que a restrição visa garantir o sigilo entre depoentes, conforme o Código de Processo Penal. Ele ressaltou que a publicidade das audiências é mantida, com transmissão ao vivo e divulgação dos registros após o fim dos depoimentos.

Revés

A PEC que extingue a reeleição e unifica ciclos eleitorais sofreu revés no Senado após inclusão de emenda reduzindo mandato dos senadores de dez para cinco anos. A mudança, proposta por senadores da oposição na CCJ, gerou mal-estar e adiou a votação no plenário. O texto original previa mandatos de dez anos, mas a emenda causou tensão entre parlamentares. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, recuou da pauta e deve buscar consenso. A PEC prevê ainda unificação das eleições até 2039 e mandatos uniformes de cinco anos. Para avançar, precisa de maioria qualificada no Senado e na Câmara.

Marina

O Instituto Vladimir Herzog pediu à Comissão de Ética do Senado que apure a conduta dos senadores Plínio Valério e Marcos Rogério, que ofenderam a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em audiência. A ministra saiu após ataques considerados misóginos, como Valério dizer que respeita a mulher, mas não a ministra. O IVH afirma que as falas violam o Código de Ética do Senado e princípios constitucionais. O diretor Rogério Sottili classificou o episódio como desrespeito e pediu punições. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ainda não se posicionou.

Em silêncio

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), mudou de postura em relação às ofensas contra a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Em março, ele criticou duramente o senador Plínio Valério (PSDB-AM) por ter dito que queria “enforcar” a ministra após ouvi-la por seis horas, chamando a fala de “muito infeliz”. Porém, após novas ofensas recentes de Valério e comentários desrespeitosos do presidente da comissão, Marcos Rogério (PL-RO), Alcolumbre permaneceu em silêncio e não se manifestou.

Investigação

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu ao presidente do Cade, Alexandre Cordeiro de Macedo, a abertura de investigação para apurar possíveis abusos no mercado de distribuição de GLP (gás de cozinha). Segundo Silveira, a margem de distribuição cresceu 64% entre 2019 e 2023, quase o dobro da inflação no período, enquanto os custos operacionais acompanharam a inflação.

O estudo apontou aumento das margens líquidas e fortalecimento financeiro das distribuidoras, com margens superiores à média internacional em mais de 30%. Além disso, o ministro relatou redução da cota de fornecimento de GLP pela Petrobras em regiões do Sudeste e Sul, o que elevou os preços localmente. A Petrobras confirmou que realiza leilões para parte do gás entregue, mas afirma que essa prática é limitada a quantidades específicas.

(Com Reuters, Estadão e Agência Brasil)

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