filme com Wagner Moura está entre destaques do país no festival

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O diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho vai disputar a Palma de Ouro no Festival de Cannes com O Agente Secreto, que começa nesta terça-feira (13).

Além dele, o cineasta iraniano Jafar Panahi, o americano Wes Anderson, a francesa Julia Ducournau e os irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne também vão exibir seus novos filmes na 78ª edição do festival, que será realizada até 24 de maio, na França.

Seis diretoras estão entre as duas dezenas de cineastas que tiveram filmes selecionados para a mostra competitiva de Cannes. Outros nomes que estarão na competição principal são Richard Linklater e Ari Aster, nome recente do terror.

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Kleber Mendonça Filho já disputou a Palma de Ouro de Cannes com Bacurau (2019) e Aquarius (2016). O diretor celebrou a participação em Cannes: “É a combinação perfeita: encerra a realização do filme e inaugura a sua trajetória. Estou feliz com O Agente Secreto. É uma história muito brasileira e, por isso mesmo, é um filme do mundo todo”.

Un Certain Regard

Além de O Agente Secreto, outro filme com envolvimento de brasileiros fará sua estreia mundial em Cannes: ‘O Riso e a Faca’, fruto de uma parceria entre Portugal, Brasil, Romênia e França, foi selecionado para integrar a mostra Un Certain Regard, um dos destaques da programação do evento.

Dirigido pelo português Pedro Pinho, o longa-metragem tem mais de 31 nomes brasileiros na equipe, como a produtora Tatiana Leite (que comanda a Bubbles Project) e o diretor de fotografia Ivo Lopes Araújo. O título do longa faz referência à música homônima do músico baiano Tom Zé.

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Gravada na Guiné-Bissau e no deserto da Mauritânia, a trama conta a história de Sérgio, um engenheiro ambiental português que viaja para uma metrópole africana onde tocará um projeto rodoviário entre o deserto e a selva. Por lá, ele desenvolverá um relacionamento íntimo com dois moradores da cidade, Diára e Gui. O ator brasileiro Jonathan Guilherme, ex-atleta de vôlei, interpreta Gui. Ele divide a cena com o português Sérgio Coragem e a cabo-verdiana Cleo Diára.

Cacá

O documentário Para Vigo Me Voy!, sobre o cineasta Carlos Diegues, conhecido como Cacá Diegues, também vai estrear no festival. Com direção de Lírio Ferreira e Karen Harley, a produção também concorre ao Olho de Ouro, prêmio de Melhor Documentário no festival francês.

A coprodução da Globo Filmes com a GloboNews traz a estreia internacional do longa para a seção Cannes Classics. Em 2023, o documentário do também cineasta Nelson Pereira, Nelson Pereira dos Santos – Uma Vida de Cinema (com direção de Aída Marques e Ivelise Ferreira), esteve na categoria.

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O enredo de Para Vigo Me Voy! é uma “viagem cinematográfica pela trajetória de Cacá Diegues”, que explora a vida do cineasta criador do Cinema Novo através de seus filmes e de sua vida pessoal.

Com entrevistas ao longo dos mais de 60 anos de carreira de Cacá a obra também costura a evolução do audiovisual brasileiro e de imagens inéditas das filmagens de Bye Bye Brasil e do inédito Deus Ainda É Brasileiro.

Cacá Diegues, uma das figuras mais conhecidas no cinema brasileiro, morreu aos 84 anos em 14 de fevereiro. Conhecido por obras como Bye Bye Brasil, Xica da Silva, Tieta do Agreste e Deus É Brasileiro foi um imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) e, ao lado de Glauber Rocha, Leon Hirszman e Paulo Cesar Saraceni, fundou o movimento Cinema Novo.

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Júri

Marcelo Caetano, diretor do filme Baby, fará parte o júri da Queer Palm no festival. Dedicado ao cinema LGBTQIA+, trata-se de um prêmio paralelo do evento francês e contempla produções de todas as mostras do festival há 15 anos.

No ano passado, Caetano disputou a Queer Palm por Baby com outros seis títulos. O vencedor foi o longa-metragem Três Quilômetros até o Fim do Mundo, do romeno Emanuel Pârvu.

Segundo longa-metragem do cineasta mineiro, Baby fez sua estreia no circuito internacional na Semana da Crítica, importante mostra paralela organizada pela União Francesa de Críticos de Cinema. A trama acompanha a relação entre Wellington (João Pedro Mariano), rapaz sem rumo que acaba de sair de um centro de detenção e foi abandonado pelos pais, e Ronaldo (Ricardo Teodoro), um homem mais velho que trabalha como garoto de programa e toma o jovem como seu protegido nas ruas de São Paulo.

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O longa conquistou notoriedade e rendeu ao ator brasileiro Ricardo Teodoro o prêmio de Melhor Ator Revelação (Rising Star Award) na Semana da Crítica.

“Quando a gente é jurado, nos damos conta de como é difícil escolher apenas um filme entre uma produção tão vibrante e diversa. Ao mesmo tempo, é uma responsabilidade imensa, pois toda escolha de um júri é também um manifesto. Nesse caso, é comunicar nosso desejo para os rumos do cinema queer”, comenta Caetano em comunicado.

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